O Dentro do Ringue é um podcast da Vindi (vindi.com.br). Sobre cultura, startups e tecnologia.
Cumprir metas sempre é um exercício de gestão. Convidamos o Millor Machado (especialista em cultura de gestão) e o Pablo Silva (estudioso de metodologias ágeis) para um papo sobre metas, métricas e dores de gestão.
Ouça nas plataformas:
Episódio #1 – Metas e métricas
Host: Rodrigo Dantas, CEO da Vindi
Millor Machado – Formado em Engenharia pela Unicamp, Millor é referência em estudos sobre gestão e metas, Millor fundou o Empreendemia (rede social corporativa para PMEs do país), liderou times na Fundação Estudar, HSM até fundar o GPS de Gestão.
Pablo Silva – Formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, Pablo é membro da Agile Alliance. Engenheiro de software de formação, liderou times na Locaweb e hoje é o Head e Produtos da Vindi.
OKR começou com a Intel e com Andy Grove.
Em 1968, dois amigos fundaram a NM Eletronics, na California. A NM tinham esse nome por causa do sobrenome dos fundadores: o físico Robert Noyce e o químico Gordon Moore. Eles trabalhavam juntos na Fairchild Semicondutor e decidiram largar tudo para montar um projeto para desenvolver e fabricar semicondutores. A primeira curiosidade dessa história é que o Moore, da NM, foi o autor da Lei de Moore. Mas não vamo falar sobre essa lei nessa história de hoje. A empresa recém criada pela dupla, encontrou um nome melhor, depois que uma rede hoteleira, a Intelco, liberou o nome para os dois novos empreendedores. Nascia aí a Integrated Eletronics, a Intel.
Embora os fundadores tenham tido uma contribuição grande para a tecnologia, o nome mais emblemático da história da Intel foi András Gróf. Hungaro, e fugitivo da segunda guerra mundial, foi o número 3 e se tornou o diretor de engenharia da empresa (a convite de Moore) e escreveu na história, um dos capítulos mais importantes sobre gestão do mundo. Outra curiosidade: András mudou o nome para Andrew Grove, depois que se situou nos Estados Unidos.
Andy, como era chamado, é o ponto central dessa pequena história aqui, porque é o provavelmente o “pai da gestão moderna”. Nos bastidores da Intel, algumas pessoas diziam que o Andy era paranóico com métricas e acompanhamento de metas. Essa chamada paranóia, o levou a presidente do grupo.
Andy lançou dois livros importantes sobre gestão: High Output Management de 1983 que ilustrou pela primeira vez o termo OKRs (objective and key results) e Só os paranóicos sobrevivem, de 1996. As duas principais teses dos livros é que gestão é um exercício de método. E que feedbacks um-a-um (os famosos one-a-one), medir o que realmente importa, definir padrões para acompanhar métricas e incentivar os resultados por equipes, foram algumas das principais influências que Andy trouxe para uma nova forma de gestão.
OKRs, do inglês objective and key results (objetivos e resultados chave) é uma metodologia para gestão muito usada por empresas de tecnologia no mundo.
Nos 11 anos em que esteve à frente da presidência da Intel, ele levou a empresa de U$2 bilhões para U$26 bilhões de faturamento. No último dia de empresa, Andy deixou o cargo e a liderança, com a Intel valendo U$198 bilhões de dólares.
O mais legal dessa história é que empresas tentam mudar a cultura de gestão falando de OKRs, de metodologia ágil como se fosse algo novo, inventado pelas empresas da nova geração. “ah o Google foi de 40 pessoas para 60 mil pessoas usando a metodologia de OKRs”, o Spotify usou o formato de Squads e mudou a forma de desenvolver o software”…
Se datarmos o termo “OKR” com o livro de Andy, temos uma sistema de acompanhamento de métricas de mais de 30 anos, que ainda funciona. Ou que pelo menos deveria funcionar.
Livros do Andy Grove